A Desordem que ficou é a nova minissérie jovem da Netflix, para os fãs de Elite, já que ela também foi criada por Carlos Montero, adaptado de seu romance, premiado, em apenas 8 episódios. A trama envolve muito mistério e trabalha com o psicológico dos personagens e dos próprios telespectadores, que esperam entender tudo o que aconteceu. Mas será que a série é tão boa, como parece ser? Já posso adiantar que é mais uma série espanhola que alcançou muito sucesso no serviço de streaming – que precisamos concordar, investe pesado nas séries desse país.
A trama de A Desordem que Ficou conta a história de Raquel, interpretada por Inma Cuesta, uma professora de literatura que se muda para a Galiza, na cidade natal de seu marido Germán (Tamar Novas), para ocupar a vaga de professora substituta. Porém, logo no primeiro dia de aula ela recebe um bilhete ameaçador, após descobrir sobre o suicídio da antiga professora, Viruca (Bárbara Lennie). A partir daí, ela se envolve em uma rede complexa de mentiras, tentando desvendar se o que aconteceu com Viruca foi mesmo um suicídio ou um assassinato.
Como vocês podem ver, o enredo é um tanto clichê, porém nem tudo o que parece é. Normalmente estamos acostumados com alunos sofrendo bullying, porém, dessa vez, temos uma professora sendo ameaçada, o que costumamos ver aqui no Brasil. Passamos por grande parte dos episódios acreditando que a antiga professora havia sido ameaçada e por isso se suicidou, mas será mesmo verdade? A trama é surpreendente e caminha por espaços da narrativa que são inimagináveis.
A Galiza é o cenário ideal para A Desordem que ficou, combinando uma região nebulosa tanto quanto o mistério por trás da história. As pessoas parecem ser um tanto ríspidas com a nova moradora, que também não fala a língua local, o galego. E, até mesmo, o próprio marido parece se transformar em outra pessoa quando chega na região.
O elenco de A Desordem que ficou também é muito bom, com atores que já estamos mais do que acostumados a ver, para aqueles que são fãs das muitas séries espanholas da Netflix. Temos primeiramente Arón Piper, o ator de Elite, Roberto Enríquez (Vis a Vis), Tamar Novas, Federico Pérez, Susana Dans, Alfonso Agra e Xosé Antonio Touriñan, entre outros.
Segundo Carlos Montero, a minissérie trabalha com a ausência de linearidade, apesar de esta estar presente no romance de origem. Às vezes, parece um tanto confuso para nós, que estamos assistindo, distinguir de quem se trata a história apresentada, já que passado e presente se confundem em meio à trama das duas professoras. Ao mesmo tempo, essa confusão tem sentido, já que uma está vivendo o que a outra viveu, com os acontecimentos e perseguições se repetindo.
A Desordem que ficou trabalha em cima dessa trama também através dos pensamentos de Raquel, que parece estar imaginando ser perseguida, ao mesmo tempo que envolve políticos corruptos no caso e a falta de confiança em quem quer que seja, até mesmo no marido. O problema maior, nesse caso, é quantidade de plot twists, que parece exagerada, com o intuito de nos enganar sobre quem seria o verdadeiro culpado pela morte de Viruca.
Em resumo, A Desordem que ficou é uma boa série para quem está procurando um entretenimento sem muito o que pensar e para quem, ao mesmo tempo, curte um mistério e reviravoltas no enredo. A minissérie também é para os fãs dos atores e da Espanha, como temos visto com bastante frequência, de acordo com os índices de audiência dessas séries. A maneira de trabalhar com as duas realidades é bem interessante e necessária para a trama. Você pode acabar frustrado no meio da história? Sim. Mas se isso acontecer, o diretor conseguiu seu objetivo.
A Desordem que ficou está disponível na Netflix.
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