Capitão América: O Primeiro Vingador foi o quinto filme lançado pela Marvel, e o primeiro na ordem cronológica. Sendo visto oito anos após o seu lançamento, percebe-se que o filme vem resistindo à prova do tempo.
Sendo o último filme a estrear antes de Os Vingadores, é de se espantar que a Marvel tenha tirado o peso de conexões com outros filmes e seu universo, já que isso arrastou a narrativa de filmes como Homem de Ferro 2 e Thor em prol da criação de um universo compartilhado.
Sem a necessidade de conexões com a S.H.I.E.L.D. ou outros heróis, a história de Capitão América: O Primeiro Vingador flui de maneira mais satisfatória, permitindo o completo desenvolvimento do personagem, explorando suas motivações, suas alianças e apresentando aquela que seria o amor de sua vida, mesmo que por um curto período de tempo. E é na dupla formada por Chris Evans (Steve Rogers) e Hayley Atwell (Peggy Carter) que o filme se apoia para o desenrolar da trama.
Chris Evans, ainda marcado pelo papel de Tocha Humana nos filmes do Quarteto Fantástico assume o manto do Super Soldado e dá ao personagem o carisma necessário para que em pleno século 21, as pessoas se importem com um soldado antiquado e sem qualquer traquejo social. Contando com a mesma tecnologia utilizada em O Curioso Caso de Benjamin Button, a Marvel entrega um Chris Evans franzino e raquítico como o jovem Steve Rogers. Um trabalho que uniu tecnologia e o talento do ator para entregar uma performance marcante e que demonstra em seu semblante a preocupação com o próximo, sem qualquer resquício da figura de playboy problemático dos filmes citados.
Já Hayley Atwell consegue entregar uma Peggy Carter forte e a frente de seu tempo, blindada contra as cantadas de soldados e a desconfiança de seu trabalho como uma liderança da sua unidade das Forças Armadas, encontrando no franzino Steve Rogers a coragem e determinação que irá inspirar os demais soldados. A personagem é totalmente independente de Steve, capaz de tomar suas próprias decisões e arriscar-se em prol de seus soldados, obtendo o respeito e admiração de todos.
Mas como todo filme da Marvel, há pequenos problemas decorrentes da existência de inúmeros personagens e conexões. Aqui o problema reside em Howard Stark (Dominic Cooper), muito do tempo é dedicado em explorar a genialidade e tecnologias criadas pelo pai de Tony Stark, tempo que poderia ser aproveitado para aprofundar a relação entre Steve e Peggy, a relação de irmandade entre Steve e Bucky Barnes (Sebastian Stan) ou até mesmo a relação respeitosa e quase paternal entre Steve e o General Chester Phillips (Tommy Lee Jones), ao qual cabe os poucos e certeiros momentos de alívio cômico.
E isso acaba influenciando também no antagonista Caveira Vermelha (Hugo Weaving), talvez o maior antagonista do Capitão América, mas que aqui é retratado como o típico vilão que está apenas em busca de poder. Se o desenvolvimento de Steve Rogers ocorre de maneira satisfatória, o Caveira Vermelha limita-se a um pequeno flashback, servindo apenas como o obstáculo para a conclusão do arco do herói, sem ao menos um desfecho definitivo.
Fato é que mesmo abordando um tema como a 2ª Guerra Mundial e a guerra contra os nazistas, o filme consegue escapar pela tangente do sentimento anti-americano, criando um personagem que lutará por todo aquele que não puder se defender, colocando-se ao lado de Homem de Ferro como o melhor filme de origem do Marvel Studios, mérito do trabalho do diretor Joe Johnston.
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