A franquia Transformers sempre apresentou altos e baixos no cinema. O primeiro filme foi uma novidade para o cinema de ação, que ainda não contava com a dominação dos filmes de super-heróis. De lá para cá mais quatro filmes foram produzidos, que enfrentaram problemas que envolveram a greve de roteiristas à megalomania de Michael Bay que insistia em não largar o osso. Bumblebee chega para dar um novo pontapé na franquia, trazendo novos ares para a já cansada franquia liderada por Optimus Prime e os Autobots.
O primeiro derivado de Transformers chega com a difícil missão de fazer o espectador esquecer os dois últimos e sofríveis filmes da franquia protagonizados por Mark Whalberg. Em Bumblebee, as grandiosas explosões e personagens sem nenhum carisma ou profundidade dão lugar a uma história grandiosa, porém pequena, e personagens tão interessantes quanto a curiosidade do público em acompanhar a saga de robôs alienígenas que passam a proteger o planeta Terra.
A trama se inicia em Cybertron, em meio a guerra entre Autobots e Decepticons (já retratada anteriormente na franquia), levando Bumblebee a buscar refúgio em nosso planeta. E o roteiro de Christina Hodson acerta desde o início ao transformar o filme em uma história menor, podendo desenvolver a personalidade dos personagens de maneira satisfatória, dando alma à personagens que Michael Bay tratou como meras máquinas.
O clima oitentista contribui para a boa vibração que permeia todo o filme, do visual despojado de Charlie (Hailee Steinfeld) à trilha sonora repleta de clássicos a produção é um deleite para aqueles que viveram a década de 80. E acredite, a época em que o filme se passa é essencial para o desenrolar do relacionamento entre os dois principais personagens, fosse uma época com tecnologia mais avançada e tudo seria resolvido de maneira muito superficial e sem a empatia que Charlie e Bumblebee desenvolvem um pelo outro.
Outro ponto positivo são as cenas de batalha do filme, se antes tudo era jogado na tela de maneira aleatória sem que o espectador pudesse perceber a transformação dos robôs, saber quem atirou em quem e o que está realmente acontecendo em cena, aqui as batalhas são bem detalhadas e não precisam do uso do slow-motion para que possamos perceber de maneira nítida aquilo que está acontecendo, as transformações de Bumblebee são um show a parte.
O filme peca apenas na construção de seus personagens coadjuvantes, já que John Cena e Jorge Lendeborg Jr. estão ali apenas para desempenharem de maneira automática os papéis do militar patriota e do jovem apaixonado.
O futuro de Bumblebee e da franquia Transformers
Bumblebee não nega todo o universo criado por Michael Bay, mas também não o cita em momento algum.
A direção de Travis Knight (Kubo e as Cordas Mágicas) deu uma nova direção à franquia Transformers que até então era inimaginável, tamanha a falta de qualidade dos últimos filmes e isso permitirá que a franquia opte por trilhar um novo caminho, servindo como um reboot para os Transformers ou então permita explorar novas aventuras antes do encontro de Bee e Sam Witwicky.
Afinal, o famoso lema adotado na franquia pode enfim ser usado pelos fãs que se prestaram ao sacrifício de acompanhar os Transformers, mesmo em seus piores momentos para serem presenteados com a obra que melhor compreendeu esses personagens: “sem sacrifício, não há vitória”.
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