E se ao cair na Terra, o Superman se virasse contra a humanidade e se transformasse num vilão sociopata e impiedoso? Esse é o conceito de Brightburn, filme produzido por James Gunn e dirigido por David Yarovesky (embora seja vendido como um filme de James Gunn desde o início).
Apesar de se tratar de uma produção original, o filme bebe de muitas fontes dos quadrinhos, com foco total no Superman. É possível perceber através do trailer que a estética se assemelha muito ao que foi criado por Zack Snyder em Man of Steel, até mesmo a tipografia apresentada nos vídeos de divulgação.
A trama gira em torno de uma criança super-poderosa que veio de outro planeta e é adotado por um casal de fazendeiros. Só que ao contrário de Clark Kent que teve pais que o criaram e o prepararam para saber lidar com a existência de seus poderes, os pais de Brandon Breyer (Jackson A. Dunn) sempre trataram um alienígena como uma criança normal.
Essa comparação entre a forma que ambos são criados é necessária para retratar a situação de Brandon, pois conforme cresce e realiza descobertas acerca de seu passado ele passa a questionar o seu papel em nosso mundo e as coisas não acontecem da maneira que esperamos.
O roteiro de Brian e Mark Gunn (irmãos de James Gunn) subverte completamente a lenda do escoteiro da DC e pisa em um campo minado que a Warner nunca teve coragem com medo de sujar a imagem de seu maior herói.
Com orçamento de apenas US$ 7 milhões, a direção de David Yarovesky opta por exibir minimamente as cenas com demonstrações de poder de Brandon/Brightburn, o que permite baratear o custo da produção deixando de lado a grandiosidade de cenas que exigem CGI, e isso se vê também em efeitos práticos de cenas extremamente violentas que poderão até mesmo incomodar algumas pessoas.
Ao deixar de lado o filme construído com base no CGI, Brightburn foca na relação de Brandon com os demais personagens, tornando a obra mais íntima e assustadora. E como era esperado, destaca-se a relação entre o garoto e Tori – sua mãe adotiva (Elizabeth Banks) – aquela que pode ser a última chance de salvação do garoto e do planeta.
Brightburn não é um filme com uma premissa original, mas a forma como desconstrói o gênero de super-heróis e cria uma crescente para seu terceiro ato é o seu maior mérito, fugindo das fórmulas atuais e entregando um final surpreendente que nos faz acreditar que esse universo pode ser maior do que imaginamos, afinal, sempre precisaremos de um super-herói.
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