Batman Ninja é um anime produzido pela Warner Bros. Animation e que leva o Cavaleiro das Trevas e cia para o Japão feudal, numa história que se inspira nas guerras e processo de unificação do país naquele período, mas que o faz de uma forma tão grotesca que sua narrativa sai de lugar algum para chegar a lugar nenhum.
O anime (que até onde se imagina, não faz parte da linha cronológica de animações que a DC Comics vem lançando após o reboot em Flashpoint: Paradox) foi escrito por Kazuki Nakashima, Leo Chu e Eric Garcia, com direção de Junpei Mizusaki e design de Takashi Okazaki.
O design é de forma disparada o melhor desta produção, Takashi Okazaki (Afro Samurai) desempenha papel fundamental ao apresentar um trabalho artístico primoroso desde o redesign de todos os personagens, adaptando-os para a época. Mas são as cores, texturas e traços presentes em toda a produção que mais chamam a atenção, em especial num momento focado no casal Coringa e Arlequina, com traços nada convencionais que lembram muito uma pintura e que consegue transmitir a dor e emoção do momento. E neste ponto a animação se destaca de qualquer produção animada já desenvolvida pela própria DC Comics ou Marvel.
Batman Ninja começa a degringolar com o desenrolar de sua história, novamente focando na tentativa do homem morcego deter o príncipe palhaço do crime. Grodd ativa uma máquina do tempo no Asilo Arkham, levando para o Japão feudal os presentes, como Batman, Mulher-Gato, Exterminador, Pinguim, Hera Venenosa e Duas Caras. Mas pessoas comuns, vilões de menor calibre ou até mesmo Jim Gordon que poderiam estar na prisão no momento são simplesmente deixados de lado para facilitar a condução da trama, situação que não faz sentido quando nos deparamos com Alfred a espera do patrão Bruce, tendo sido levado para a época por estar dentro do Batmóvel no momento da viagem temporal. Momento que faz até mesmo uma criança perguntar o que Alfred estaria fazendo dentro do Batmóvel ao lado do Asilo Arkham, quando o mordomo está sempre auxiliando seu mestre da Batcaverna?
Ao focar novamente na relação Batman e Coringa, a produção perde a oportunidade de apresentar uma nova perspectiva para o homem morcego, introduzindo um novo vilão ou utilizando vilões que se encaixariam melhor na história, como a Liga das Sombras. Transformando vilões como Pinguim, Hera Venenosa, Duas Caras e Exterminador em senhores feudais que são apenas marionetes de um palhaço, a produção rebaixa esses personagens ao ponto de terem menos tempo de tela que um macaco adotado como mascote por um dos Robins (sim, todos estão lá, incluindo o Capuz Vermelho).
Todos os elementos clichês estão presentes, como o vilão oferecendo ajuda ao herói para depois traí-lo, a aliança com personagens locais e a necessidade de um terceiro ato grandioso que satisfaz apenas os egos dos amantes de explosões faraônicas. Tudo passaria batido se a história não revivesse traumas antigos e já abordados da mesma maneira em produções anteriores, como o desejo de vingança de Jason Todd e a incapacidade do Batman em colocar um ponto final em sua história com o Coringa.
Caso o espectador consiga deixar de lado esses problemas narrativos e a reciclagem de um plot já explorado, a animação prova-se uma excelente experiência visual que irá prender sua atenção em todos os segundos.
Batman Ninja está disponível no Brasil para locação digital através dos serviços NOW, SKY Play, VIVO Play, iTunes, Looke e Smartvod Brasil e para compra digital através do iTunes, Google Play, Microsoft Store, Playstation Store e Looke.
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