Anna: O Perigo Tem Nome apresenta uma supermodelo espiã em meio à uma guerra conspiratória entre CIA e KGB. Qual a chance de isso ser chato, batido e previsível?
Calma! O filme também tem algo a dizer.
Estreia nessa quinta feira 29 de agosto nos cinemas o filme Anna: O Perigo Tem Nome do diretor Luc Besson (Nikita, O Quinto Elemento, Lucy).
O filme conta a saga de Anna Poliatova (Sasha Luss), uma garota russa que após uma trajetória de vícios, abusos e tragédias pessoais se vê em um dilema mortal e passa a fazer parte de uma das mais míticas e conspiratórias agência de inteligência do planeta: a KGB. Vivendo um disfarce nem tão glamouroso como uma modelo internacional seus objetivos são bastante claros: eliminar alvos da forma mais rápida e limpa (o que nem sempre é possível).
Após um treinamento intenso na KGB Anna tem como missão principal a própria sobrevivência e diante de uma trama emaranhada que o filme apresenta ela se vê obrigada a criar suas próprias alianças e até um triângulo amoroso com Leonard “Lenny” Miller (Cillian Murphy) e Alex Chenkov (Luke Evans). (Seu relacionamento amoroso com Maud (Lera Abova) é tão insignificante na história que vamos deixar a trama amorosa em um triângulo mesmo).
Suas ações são sempre vigiadas por Olga (Helen Mirren), sua chefe direta e veterana da KGB que a qualquer momento pode sentenciar Anna conforme o sucesso de suas missões ou até mesmo a vontade da cúpula da organização, mas que por outro lado se mostra como uma espécie de figura materna para essa protagonista não sofrida. Apesar de um personagem cheio de clichês, somente a competência de uma atriz como Helen para não deixar a personagem cair num estilo caricato, pois Olga tem todos os atributos para isso.
O filme traz uma narrativa cheia de simbologias e as Matrioskas que Anna vende no início do filme (série de bonecas russas, feitas geralmente de madeira, colocadas umas dentro das outras) dão significado à sua personalidade e à própria trama e nisso o filme tem algo bastante profundo a dizer. Com cenas de lutas intensas e muito bem coreografadas no estilo John Wick, Anna mostra que o termo “supermodelo” pode ter um significado quase literal por suas habilidades absurdas.
O filme é carregado de histórias e essas histórias sempre são contadas uma, duas, até três vezes e de forma não cronológica para que o público desvende a trama. Isso torna o filme bastante interessante e o roteiro prende a atenção do público do início ao fim, pena que esse artifício é usado em excesso, fazendo com que a repetição desse artifício fique um pouco enfadonha nos momentos finais.
As cenas de humor introduzidas como forma de alívio na tensão da história são sofríveis e chegam a causar constrangimento só de lembrar.
No geral o filme é bom e se alguns aspectos técnicos forem ignorados acaba valendo pela diversão, só não espere um roteiro primoroso e atuações dignas de prêmios.
Divirta-se.
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