Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald chega aos cinemas com a missão de expandir o universo bruxo criado por J.K. Rowling. Sendo o segundo de uma pentalogia de filmes, fica claro que a autora e agora roteirista focou em um roteiro que cria mais perguntas do que dá respostas ao espectador. E isso pode ser bom ou ruim, dependendo de como o espectador entende o lugar desse filme na franquia como um todo.
É evidente que o final da franquia Animais Fantásticos deverá ser o embate de Dumbledore (Jude Law) e Grindelwald (Johnny Depp) e diferente da franquia Harry Potter (com um material de origem nos livros) aqui a autora precisa fornecer ao espectador as informações necessárias para entender como o prequel desse universo irá funcionar.
Mas ao decidir inserir informações de maneira demasiada no filme a balança do desenvolvimento pende para um lado, e nesse caso o lado com o roteiro acaba ficando mais pesado e sofrendo as consequência dessa decisão. São inúmeros personagens sendo desenvolvidos simultaneamente, de modo que poucos conseguem entregar a profundidade que se espera deles.
A trama se inicia um ano após os acontecimentos de Animais Fantásticos e Onde Habitam e para entender toda a trama é necessária separá-la por núcleos. Creedence (Ezra Miller) já capaz de controlar seus poderes está em busca de sua mãe biológica, na companhia de Nagini (Claudia Kim); Grindelwald tenta recrutá-lo à sua causa enquanto Dumbledore recorre a Newt (Eddie Redmayne) para impedir a união do jovem bruxo a seu antigo colega e interesse romântico. Paralelo a tudo isso, Newt precisa lidar com os seus sentimentos em relação à Tina (Katherine Waterston) e o noivado de seu irmão Teseu (Callum Turner) e seu antigo interesse Leta Lestrange (Zoë Kravitz).
Dentre os personagens que se destacam, duas atuações se sobressaem: Jude Law interpreta um jovem Dumbledore que assume todos os trejeitos de Michael Gambon e Johnny Depp, marcado por atuações caricatas mas que aqui dá espaço para o crescimento de Gellert Grindelwald, em uma atuação que torna seu vilão mais interessante que o próprio Voldemort.
O passado de Dumbledore e Grindelwald é abordado de maneira suave, bem como o motivo pelo qual ambos não podem duelar (ainda). Há de se destacar a direção de David Yates, veterano no mundo bruxo, o diretor cria cenas que irão orgulhar qualquer Potterhead, apresentando novas criaturas e referências ao universo de Harry Potter a todo instante.
Como se percebe, o problema de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald é o excesso de acontecimentos simultâneos que impedem a entrega de um filme mais coeso. É um filme feito especialmente para os fãs mais atentos do mundo bruxo, principalmente por se tratar de uma produção que serve mais como preparação para algo maior do que um filme com início, meio e fim, fazendo com que o novato que embarcar nesse momento no trem para Hogwarts sinta-se meio deslocado.
Se tratando de J.K. Rowling é de se esperar que Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald seja uma das peças de um quebra-cabeças que a autora deve ter desenhado em sua mente engenhosa. Afinal, se ela guardou o segredo sobre Nagini por 20 anos, há quanto tempo não deve estar guardando o segredo sobre a cena final deste filme?
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