Chega aos cinemas nesta quinta A Odisseia dos Tontos (La Odisea de los Giles), filme dirigido por Sebástian Borensztein e estrelado por Ricardo Darín, conhecido nome do cinema argentino.
O filme tem como pano de fundo a crise econômica argentina, que culminou com as renúncias do Ministro da Economia Domingo Cavallo e do então Presidente Fernando de la Rúa, resultando num caos econômico que reverbera no país até os dias atuais.
No longa, Ricardo Darín interpreta Fermín Perlassi, um ex-jogador de futebol que ao lado da esposa Lidia (Verónica Llinás) e um grupo de amigos, resolvem montar uma cooperativa agrícola, como forma de oferecer renda e trabalho para moradores da pequena vila, situada na província de Buenos Aires.
O que o grupo não contava é que fossem enganados por um gerente de banco e um advogado, que contavam com informações privilegiadas sobre os desdobramentos da crise e como isso afetaria todo o país.
Com o sonho desfeito, a tensão se instaura no grupo levando Fermín e Lidia a tomarem medidas drásticas, que acabam ocasionando uma tragédia. Aos cacos emocionais, falido e com a imagem manchada perante alguns amigos do grupo, surge um fato novo que possibilitará a Fermín dar a volta por cima e recuperar aquilo que lhes foi tirado.
É nesse momento que o filme dá espaço para os demais atores do longa brilharem, Luis Brandoni e Daniel Aráoz destacam-se com mais tempo de tela que os demais coadjuvantes. Mas é Carlos Belloso, irreconhecível no papel de Medina que rouba a cena com seu jeito desengonçado e hilariante. Apesar da pequena presença feminina, Verónica Llinás é a mais pura representação da alma do filme, enquanto Rita Cortese chama a atenção pela coragem de sua personagem.
Chino Darín, filho de Ricardo Darín, contracena com o pai no cinema pela primeira vez, como filho de Fermín. É ele que serve como a voz do incentivo ao pai, permitindo-lhe vislumbrar um futuro quando já não havia esperança.
Fica claro que o longa é um paralelo com a nossa realidade, mostrando como pessoas comuns são passadas para trás diariamente por grandes instituições e pelo poder público. O que o diretor Sebástian Borensztein traz para o cinema é o que aconteceria se resolvêssemos revidar na mesma moeda? Como os canalhas e hipócritas que nos fazem de tontos reagiriam se fossem passados para trás por pessoas sem instrução de ensino, por pessoas comuns e fartos de serem vilipendiados rotineiramente?
É uma pena que A Odisseia dos Tontos faça sua estreia num circuito reduzido, esse é o típico filme que deveria ser visto por toda a população para servir de inspiração e incentivo para que possamos tomar as rédeas de nossas vidas.
Acordem, seus tontos!
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