No universo do cinema, diversos gêneros apresentam filmes para refletir sobre a existência. Seres humanos são seres pensantes, e mesmo quem diz que não gosta de filosofar ou de ter um momento mais introspectivo acaba, em algum momento, se deparando com alguma história que não deixa dormir sossegado, porque fica gerando inúmeras reflexões sobre a vida, o universo e tudo mais.
Listamos aqui alguns desses filmes para refletir e que podem despertar reflexões mais profundas, mas que ainda assim tem seus pontos mais objetivos. Claro que tendo alguma sugestão você pode comentar à vontade.
Matrix
Embora seja muito lembrado pelas cenas de ação e pelos efeitos especiais super caprichados (hoje, na verdade, eles ficaram no chinelo perto de outros filmes que vieram depois, mas na época do lançamento eram o supra-sumo da qualidade), a trilogia Matrix bebe muito da fonte da filosofia e da religião.
O filme mostra o personagem principal Neo (Keanu Reeves), um homem comum que tinha uma vida dupla como hacker e de repente descobre toda a verdade sobre o mundo: a realidade, como a conhecemos, é apenas uma gigantesca simulação de computador (a Matrix), utilizada para transformar os seres humanos em escravos das máquinas.
Só uma pequena parcela da população tinha noção disso, e por isso vivia escondida em uma cidade subterrânea, de onde enviava um sinal pirata para a Matrix, a fim de tentar libertar o restante dos seres humanos que ainda estavam presos lá. Ainda que a gente pense que é só um filme, é impossível não ficar maquinando inúmeras teorias sobre nossa realidade atual e como a história faria sentido se fosse verdade.
Teoria da caverna de Platão, misturado com Alice no país das maravilhas, além de muitas referências religiosas e uma alta dose de cultura pop, Matrix é um ícone inquestionável de como uma história pode mexer com o espectador.
K-PAX
Um homem que diz se chamar prot (com inicial minúscula mesmo, interpretado por Kevin Spacey) é internado em uma clínica psiquiátrica alegando ter vindo do planeta K-PAX. Diferentemente de pacientes com transtornos típicos, prot é extremamente calmo e jamais demonstra qualquer reação ao “tratamento” que recebe, mas se mantém firme em suas convicções.
O caso atrai a atenção do Dr. Mark Powell (Jeff Bridges), disposto a provar que o homem é apenas um louco querendo seus 15 minutos de fama. Boa parte do filme consiste nas sessões entre os dois, em que são discutidos os mais variados assuntos de ciência, filosofia, religião, com prot deixando o médico e, por consequência, o espectador, com uma dúvida cada vez maior se o que ele diz é verdade ou não.
Interestelar
Uma viagem em todos os sentidos da palavra, Interestelar é uma daquelas histórias que deixam a gente de queixo caído em vários aspectos. Além de um visual deslumbrante, cenas de ação no espaço muito bem construídas e atuações convincentes de todo o elenco, o filme conta com uma base científica que deixou muita gente impressionada.
Diante da ameaça iminente do fim da vida humana na Terra, um grupo de astronautas liderado por Joseph Cooper (Matthew McConaughey) recebe a missão de sair pelo espaço à procura de um novo planeta que possa ser habitado.
Eles se dão conta de que essa tarefa não será nada fácil e precisam unir todo o conhecimento teórico e prático que possuem para conseguir ao menos enviar uma boa notícia para a Terra. Desde a teoria da relatividade até a dinâmica das relações familiares, tudo nessa história é explorado intensamente, fazendo o espectador ficar com um frio na barriga pensando em como seria ter que passar por tudo isso.
A Origem
A premissa da história é que existe uma maneira de entrar nos sonhos das pessoas para roubar informações, o que pode ser usado para diversos fins, principalmente criminosos. Dom Cobb (Leonardo di Caprio) é um dos “extratores” mais bem sucedidos nesse ramo.
Um dia, ao tentar extrair informações do megaempresário Saito (Ken Watanabe), acaba sendo intimidado por este a fazer um trabalho um pouco mais difícil: inserir uma ideia na mente do herdeiro de seu concorrente, convencendo-o a dividir a empresa do pai (assim, a empresa de Saito seria a maior do setor).
Além de a missão exigir muito mais dele, Cobb ainda precisa enfrentar o fantasma de sua falecida esposa, que sempre aparece para atrapalhar seus planos (uma vez dentro dos sonhos, ela representa uma ameaça real, ainda que seja só uma memória).
A história tem muitas cenas de ação, mas é impossível convencer-se plenamente do que é real e do que não é (e o roteiro explora isso muito a fundo), o que nos deixa após o filme pensando se de repente aquilo realmente aconteceu da forma como foi retratado ou se a nossa própria realidade não faz parte de um sonho também.
O show de Truman
Truman Burbank (Jim Carrey) é o protagonista do reality show mais assistido do mundo, o que o torna também o homem mais famoso do momento. Seu programa conta com um estúdio imponente e moderno, onde é possível controlar o clima, a duração do dia e da noite, e ainda tem espaço de sobra para vários ambientes, como cidade, campo, praia e mar, além de diversos funcionários trabalhando dia e noite pela sua segurança e bem-estar.
Só tem um detalhe: ele é a única pessoa que não tem a mínima ideia disso tudo. Truman foi criado desde seu primeiro dia de vida dentro dessa realidade, e toda sua existência foi controlada pelos produtores do programa, de maneira que até mesmo sua esposa, amigos e família são atores contratados para mantê-lo preso nesse mundo.
Um dia, Truman começa a perceber certas coisas estranhas em sua vida (como um refletor caindo aparentemente do céu de forma misteriosa) e, aliado a um sentimento que nutriu por Sylvia (na verdade uma atriz que tentou alertá-lo de sua condição, sendo expulsa do show antes disso), passa a desconfiar de tudo e de todos.
A história é mais puxada para a comédia, e não discute a fundo temas existenciais, mas é impossível terminar esse filme sem olhar para o lado e pensar que toda a sua realidade pode ter sido programada para você pensar que é livre, quando na verdade não é.
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