Filmes franceses podem até não fazer um grande sucesso aqui no Brasil, muito por causa da concorrência com Hollywood, que sobrepõe até o mercado nacional. Mas é preciso lembrar, antes de mais nada, que o cinema nasceu na França, primeiro com a invenção do cinematógrafo pelos Irmãos Lumière, depois com os primeiros filmes narrativos produzidos pelo ilusionista Georges Méliès (que meio sem saber acabou se tornando o primeiro cineasta da história).
Hoje o cinema francês é um dos mais produtivos do mundo, e cerca de 300 novos filmes franceses chegam aos cinemas todos os anos (para comparar, no Brasil, são pouco mais de 100). Os franceses, aliás, adoram o cinema, tendo inclusive mais salas de exibição do que o Brasil (mesmo sendo um país bem menor e menos populoso que o nosso).
Muitas vezes cinema francês é sinônimo de “filme cult que ninguém entende nada e acaba sem explicação”, mas tal como em qualquer lugar do mundo, os filmes franceses tratam de diversos temas e se apresentam também em diversos gêneros. Talvez eles sofram com esse estigma porque dificilmente as produções mais “comerciais” cheguem por aqui, mas elas existem e, pode acreditar, são bem numerosas.
Vamos falar aqui hoje de alguns filmes franceses que ficaram bem famosos nos últimos anos, de maneira até que conseguiram romper a hegemonia dos americanos e fizeram sucesso em vários países. Como você sabe, nossa lista está aberta a sugestões, fique à vontade para comentar.
A Riviera Não É Aqui
Esse foi um dos filmes franceses de maior sucesso não só do ano de 2008, mas da história do cinema no país. E é curioso que ele tenha feito sucesso também fora da França, porque trata-se de uma história muito ligada à cultura francesa. Tudo começa com o funcionário dos correios Philipe (Kad Merad), que finge ser cadeirante para ser transferido para o litoral sul (a Riviera, região do Mediterrâneo com clima ameno o ano inteiro e belas praias).
Porém, depois de ser facilmente desmascarado, recebe como “punição” a transferência para o norte, na região de Pas-de-Calais (ao lado do Canal da Mancha, fria e de clima totalmente instável). Morar por lá é motivo de desgosto para ele, então ele vai sozinho, sem a mulher e o filho, que continuam morando na mesma cidade.
Philipe tem uma ideia inicial de que os habitantes do norte (chamados de Ch’Tis) são quase alienígenas, porque falam um outro dialeto e tem costumes totalmente diferentes, mas o que ele acaba vendo é que a vida por lá pode ser tão boa quanto no sul. O filme apresenta diversas situações hilárias e descontraídas, e é ótimo para quem está aprendendo francês, porque a linguagem, além de ser simples, mostra diferentes sotaques e fala da cultura do país.
Entre os Muros da Escola
Com um elenco formado por atores não profissionais, a produção ganhou a Palma de Ouro em Cannes no ano de 2008. A história é baseada no livro homônimo de François Bégaudeau (que também atua no papel principal), e mostra o dia a dia do professor François Marin em uma sala de aula no subúrbio de Paris.
Há ao longo da história diversas reflexões sobre o papel da escola e da educação na vida das pessoas. Além disso, o filme traz o questionamento sobre como é possível transformar a realidade de alunos marginalizados.
Intocáveis
Uma história real que já rendeu livro e até adaptação hollywoodiana foi um dos filmes franceses de maior sucesso da história, tendo arrecadado mais de US$ 400 milhões. Acompanha a vida do milionário Philippe Pozzo di Borgo (François Cluzet), que fica tetraplégico depois de um acidente e limitado a uma cadeira de rodas, dependendo de que façam tudo por ele.
O homem vai dispensando diversos enfermeiros e cuidadores até que um rapaz senegalês, Driss (Omar Sy) entra na sua vida e, mesmo sem ter instrução alguma, acaba por fazê-lo redescobrir o prazer de viver. A história é muito cativante e recebeu diversos prêmios e indicações em festivais pelo mundo.
O Artista
Uma das grandes sensações do Oscar em 2012, O Artista é um dos filmes franceses mais conhecidos atualmente, pois sua fama foi correndo o mundo como uma grande homenagem à sétima arte. O filme é mudo, em preto e branco, e ainda por cima toda a filmagem foi tratada para conferir um aspecto velho, quase como se fosse originalmente lá do início do cinema.
Tendo como cenário a Hollywood dos anos 1930 (época da transição entre o cinema mudo e o falado), a história acompanha George Valetin (Jean Dujardin), um astro do cinema mudo que se vê em decadência enquanto a jovem atriz Peppy Miller (Bérénice Bejo) começa a ficar famosa.
Piaf – Um Hino ao Amor
A trajetória da cantora francesa Édith Piaf, reconhecida como uma das melhores da história, é celebrada neste que foi um dos filmes franceses mais aclamados pela crítica. Marion Cotillard (aquela mesma da cena da morte em Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge) incorporou a cantora tão magistralmente que sua atuação foi elogiada em todas as línguas e honrada com o Oscar de Melhor Atriz.
É uma história real que ganha muita carga dramática, assim como foi a vida da cantora, que saiu dos subúrbios de Paris para alcançar a fama e morrer ainda jovem, aos 47 anos. A intensidade com que ela viveu a vida e a própria arte até hoje desperta admiração por sua figura.
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